terça-feira, 1 de abril de 2014

Resumo de algumas Concepções antropológicas. (Platônica, Aristotélica, Agostiniana, Tomista, Racionalista, Kantiana, Idealista, Materialista, Darwinista, Chardiniana, Existencialista, Personalista e Arendtiniana.

Antropologia Platônica
Segundo Platão o homem é um ser composto de corpo e alma, sendo a alma a parte mais importante dele, imortal e eterna, pertencendo sempre o mundo das ideias de onde caiu como uma abobora podre e encarnou-se num corpo humano, ficando presa e constituindo o homem. O mundo das ideias é um mundo imaterial, eterno e imutável, separado do mundo sensível, onde se encontra as realidades verdadeiras das coisas, que existe por si só, independente do pensamento e das coisas materiais. O corpo, como disse, para Platão é o cárcere onde a alma é aprisionada após cair do mundo das ideias, este é imperfeito, visível, mortal, o contrário da alma que é perfeita, imortal, que tende para o bom, que é o mundo das ideias, puro, que conhece todas as ideias verdadeiras, as quais são esquecidas ao encarnar-se, e recordada aos poucos pelo processo de reminiscência.
A alma divide-se em três partes a racional, localizada na cabeça, responsável por guiar a alma para a verdade que reúne a inteligência, a moral e a lógica, a emocional, alojada ao peito, que conteria segundo Platão, as emoções superiores, a honra, o ódio e a justiça, e por fim a censura, localizada no abdômen, que se opõem as duas citadas anteriormente, correspondendo aos desejos inferiores, carnais e, portanto desordenada e inquieta.
O amor na doutrina platônica sobre a alma é um elemento muito importante, pois ele impulsiona a alma para atingir o bem e a satisfação. Esse bem é determinado pela alma que prevalece sobre as outras. Portanto se esta for a sensual, a alma não buscaria o bem verdadeiro, tentaria a satisfação dos desejos, os quais Platão considerava os mais inferiores, com apetite de ganância. Para ele o ideal seria que a alma fosse conduzida pelo racional.
A morte em Platão é o processo de separação do corpo da alma, porém as almas que não estão purificadas, más contaminadas com as paixões individuais, com a agressividade, a imprudência, com o  sensível e com o que contribui para a ação e violência contra o próximo, valorizando os prazeres do corpo e a busca incessante das satisfações físicas, com a morte do corpo a alma ainda compartilha com o mesmo o corpóreo, tendo como verdadeiro somente as coisas sensíveis, corpóreas, que podem ser tocadas, assim não conseguem realizar a separação, vagando pelo estado visível, pagando pelo seu modo de viver anteriormente, até que o corpóreo que está impregnado nela ligue-a á um corpo que esteja acostumado a viver com o seu modo de vida passado, irracional. A ignorância é a característica da alma que se apega ao corpo, sendo a filosofia a virtude das almas que alcançaram a liberdade.

Antropologia Aristotélica:

Aristóteles ao falar sobre o ser humano baseia-se na física e constrói sua teoria do homem como hilemorfismo, de alma (ato) e corpo (potência), sendo essa sem nenhuma negatividade como na concepção platônica, ou seja, os dois, alma e corpo, são importantes na construção do ser humano.
      O homem na concepção aristotélica sendo dotado de razão se distingue de todos os outros seres da natureza em virtude do predicado da racionalidade, esta é a diferença específica do homem.
    A alma em Aristóteles é dividida entre, vegetativa, sensitiva e intelectiva, o que chamamos de Tripartição da alma, Os entes podem ser determinados por esses três tipos de natureza, sendo a vegetativa que tem a função reprodutiva e nutricionista, a sensitiva que tem como função a sensação, percepção e volição e por ultimo a alma racional que tem a função de intelecção, liberdade. Os homossexuais são pautados pela alma puramente sensitiva, não é uma prática generalizada, mas em grupos que se dão apenas por simples e mero prazer, estes homens, são de natureza torta assim como as mulheres e crianças, por isso são mais baixos que os homens virtuosos, que se guiam pela alma intelectual, pois sua natureza não os qualifica enquanto homens racionais.
A virtude em Aristóteles é o meio termo entre dois extremos, o equilíbrio, e é vivendo este balanceamento dentro da polis que o homem consegue alcançar o fim ultimo para qual tende, que é a felicidade, porém esta só é conquistada dentro da polis, sendo impossível fora dela, já que o homem é um animal político e necessita conviver com os outros homens. Viver as virtudes é ser feliz. O homem só consegue atingir a felicidade para qual tende que é naturalmente conhecer, no bom uso do corpo e da alma.

Antropologia Agostiniana



Na antropologia agostiniana vimos que o homem é um ser criado por Deus, e por isso o criador mantem uma relação íntima com ele. Este é Imagem e semelhança de Deus, superior aos animais pela excelência da alma, que não é tão perfeita por causa do pecado do corpo.
O homem segundo Agostinho tem sua vontade marcada pelo Livre-arbítrio, já a vontade divina, plena de amor. O Eu descoberto por Agostinho enquanto pessoa necessita de algo que não pode ser encontrado nele mesmo, mas no transcendente, assim direciona suas vistas para o Criador. O encontro da criatura com Deus se dá no interior do homem, prova de que o Criador está tão próximo e tão intimo da criatura mais do que o próprio homem, porém este encontro somente acontece quando o homem se vê no deserto, angustiado e se propõe em ir à busca da Verdade e para alcança-la é necessário passar por um confronto entre a vontade humana e a vontade divina e ser iluminado pela graça de Deus.
Ao encontrar com a Verdade no seu intimo o homem exprime sua essência que é o amor, ou seja, expressão do seu Criador. Por isso o homem bom, justo é aquele que ama a Deus e sua criação, é o homem que já encontrou a sua verdadeira essência.
O homem na antropologia agostiniana é o ser-para-Deus, ou seja, aquele que em tudo na sua vida direciona a Deus. Assim podemos dizer que o que dá sentido a vida humana, a luz que guia a caminhada do homem é o Criador, sem esta, o homem se perde, não se preenche.
A alma segundo Agostinho é onde Deus se retrata e faz o seu esconderijo e morada, de onde procede a vida feliz e plena. Esta é a faculdade nutridora do corpo, que é totalmente dependente dela para viver. E como o corpo, desprovido de alimento enfraquece a alma sem sabedoria pode ficar contaminada. A sabedoria para Agostinho é a justa medida, o que mantém o equilíbrio para evitar os excessos da alma e favorecer a felicidade para a pessoa. Portanto só vive bem, feliz, aquele que possui a sabedoria.

       O pecado para Agostinho é o mau uso da liberdade de escolha, ou seja, a vontade, que é o critério que distingue o homem dos outros seres, optada pelo mal, assim o homem que se sede aos seus desejos, fazendo mau uso da sua vontade, é privado da graça divina, se tornando escravo do pecado e se afastando do caminho reto. Ele após ter caído, não consegue reerguer-se, necessitando do auxilio que Deus nos é concedido gratuitamente para sua regeneração. Assim Deus devolve ao homem a sua liberdade para fazer – ou não – o bem, de acordo com a sua vontade própria.

Antropologia Tomista

Segundo Tomás o homem é uma unidade composta substancialmente de alma (forma, razão) criada espiritual, imortal e subsistente diretamente por Deus, fazendo com que uma dada porção de matéria seja organizada dotada de vida e corpo (sensação) que é a matéria perecível, corruptível e necessária à atividade da alma.  Sem a alma o corpo dissolver-se-ia nos diversos elementos que entram na sua constituição, então a água voltaria a ser água, o carbono a ser carbono, e assim por diante. Portanto a alma é a fornecedora da existência da vida e do corpo e tem a capacidade de existir separadamente desse, porém é aperfeiçoada por ele.
O homem para Tomás possui uma alma diferenciada dos demais seres. Para ele há três níveis diferentes de alma, ou seja, há a alma vegetal, que não é dotada pela razão, executa tarefas fisiológicas e não conhece a forma e o fim de sua existência, a alma sensitiva, que executa as ações num nível diferenciado que a alma vegetativa e a alma intelectual, essencial ao homem que é dado como animal racional, assim o homem seria acumulador dessas três faculdades da alma, sendo pela alma intelectual que se diferenciaria dos demais animais. Essa é a que leva o homem a produzir conhecimento da realidade
Na concepção tomista o homem é um ser criado livre e dotado pela razão que necessita da ação divina para obter o conhecimento da verdade, e em sua condição de criatura compreende em parte o seu Criador. Cabe a ele decidir sobre suas ações, fazendo bom uso de razão prática, elegendo meios para alcançar o que busca como o fim último que deve ser Deus, porém livremente escolhido por si.
A escolha da realização do bem, do que é justo, implica uma capacidade racional e é para essa possibilidade de escolha, entre inúmeros outros valores, que o homem consegue a liberdade. O homem virtuoso é aquele que vive em equilíbrio, é prudente e feliz. O contrário disso o mal fará dele prisioneiro.
            A antropologia tomista parte da realidade como princípio gerador de conhecimentos que conduz à características do homem como bondade de Deus. Conhecer a verdade para Tomás é viver na sociedade e em harmonia seguindo as leis.

Antropologia Racionalista:

Compreender o homem na concepção racionalista é compreender o método que o compreende, ou seja, temos que primeiro compreender o método para depois compreender o ser humano, pois segundo Descarte, aquele que conhece e se conhece tem poder inclusive sobre o ser humano.
O ser humano é ideia de pensamento e não alma, ou seja, o homem é a razão, e a alma está no pensamento humano. Portanto aquilo que não pensa, não é humano.
A Metafisica moderna é o como chegar ao ser? Como conhecê-lo? É repensar um conceito que não estava claro, de substância vaga, obscura.
            A alma nesta concepção esta é ontologicamente superior ao corpo, ou seja, diz mais sobre o ser humano que o corpo.
Segundo os racionalistas o corpo é feito de uma natureza corpórea e a alma incorpórea e se juntando formam mais uma substância pelo processo de helemorfismo, ou seja, a alma e corpo existem de formas independentes e ao se juntarem, porém sem tocarem-se formam o ser humano.
Segundo Leibniz existe uma substância chamada monodas de forças metafísicas que não conseguem se tocar de nenhuma forma, são forças independentes, autônomas que se interligam através da percepção da outra, pois não mantém nenhum tipo de comunicação, ou seja, são fechadas em si mesmas e mantém-se em harmonia. O corpo e a alma são harmonia de mônodas que harmonizam entre si.

Antropologia Kantiana

A antropologia Kantiana não se apoia no que o homem é, pois segundo ela, não temos esta resposta, mas sim, no que ele pode ser. Kant foi um grande sistemático rigorista, principalmente na cultura alemã, considerado o maior ilustrado.
No que se refere ao homem, Kant abre quatro questões, O que posso saber? O que tenho conhecimento?; O que fazer, de que modo proceder, agir; o que esperar num sistema politico, religioso?; e o que é o homem, de modo a antropologia é em Kant é um composto.
            Kant vê a antropologia de um ponto de vista pragmático e egoísta lógico, moral e estético, o homem, segundo ele, não age livremente e agindo no tempo está sempre condicionado pela mudança.
Existe várias resposta sobre o que é o homem, porém Kant parte de um conhecimento do ser humano como cidadão do mundo, ou seja, o que o homem faz de si mesmo, ou pode e deve fazer, faz como ser que age livremente estando em contato com outras pessoas. O homem é um ser por excelência livre, entretanto condicionado pelos pareceres da natureza. Esse é o único ser na natureza capaz de estabelecer um fim para si e ao mesmo tempo fazer da felicidade de outrem o seu próprio fim. Distingue-se dos outros seres vivos por causa do eu em sua representação, possui a faculdade de pensar, isso faz dele superior aos outros seres.
Vale ressaltar também que Kant faz uma crítica ao homem por manter-se no estado de menoridade. Segundo ele o homem tem a capacidade de engendrar seu próprio progresso, sua própria criação e elevação pessoal, porém isso só torna-se possível quando ele assume a alteridade deixando a menoridade, que é a dependência de outrem.
Antropologia Idealista

A antropologia idealista sustenta que a ideia é a essência da realidade, ou seja, o real é redutível à ideia. O ser humano nada mais é do que um desdobramento das ideias, tal qual sua identidade, a lógica, assim o ser humano também é uma ideia que se desdobrou.  Também vimos nesta visão que o homem faz parte de um sistema completo e acabado.
O homem como ser no tempo está no seu papel e na sua condição de parte de sua totalidade viva, dentro do processo de movimento que não tem princípio e fim.
O Estado é expressão mais acabada do espirito absoluto, e é ele quem dá ao sujeito o papel do cidadão, ou seja, é o doador de tudo o que o homem poderia ostentar como seus direitos e seus deveres, sendo assim ele não pode negar o Espirito, mas sim a manifestação do Espirito sobre ele, inclusive, tem a liberdade para suicidar-se, porém ainda assim permaneceria sendo determinado pelo Espirito, pois faz parte de um todo do sistema, por isso não tem uma liberdade incondicionada, ilimitada. Se ele faz parte de um movimento, não poderá sair dele sem uma consequência, ou seja, não pode deixar de ser o que ele é, ou, não pode livrar-se do Espirito, sendo que faz parte deste.
Segundo idealistas, o homem exercendo suas manifestações dentro da sociedade tem um papel muito relevante do que nele é mais acabado, ou seja, o homem também faz parte do processo dialético, por isso não se pode falar de individualidade em Hegel e sim num processo que perpassa a tudo e todos, fazendo um mesmo e único movimento. Assim individualidade é o contrário do idealismo.
Na busca de sua identidade o próprio homem deve reconhecer a parcela de contribuição dentro o todo, desalienando-se e reconhecendo-se como parte de um todo, assim ele se apropria dos elementos fornecidos pelo Estado.
Em geral o absoluto é o infinito, o eterno que engloba todas as relações possíveis e reais.

Antropologia Materialista
           
Na visão materialista de Feuerbach, a qual os homens cresceram e se desenvolveram como produtos da natureza que são. Fora da natureza e dos homens e os entes superiores nada existe, são coisas criadas por nossa imaginação religiosa, ou seja, nada mais são que outros tantos reflexos fantásticos de nossa própria essência.
             O materialismo em Feuerbach tem seu fundamento no homem, ou seja, é um materialismo que gira em torno do humanismo e segundo ele o homem também é um “objeto sensível”. Segundo ele o mundo (humano) já é uma realização do homem, mas de um homem que ainda não apreendeu (de forma prática) sua essência. Assim o homem que decide buscar a verdade e liberdade não tem outro caminho a não ser passando por um processo doloroso.
            Feuerbach mostra que a meta do homem é a de compreender sua humanidade, sua natureza humana, assim entende-se que seria preciso derrubar todas as construções que fazem do homem uma criatura rebaixada, escravizada e desprezível, pois, segundo ele o homem é um ser isolado, contemplativo, assim toma-se a “essência” do homem na solução dos problemas da religião.
O homem para Feuerbach abstrai-se as relações sociais e a história, diz ele que o homem surge sem um “ser social concreto”, e só apresenta uma consciência com uma base natural-sensitiva.

Antropologia darwinista

Darwin foi um naturalista britânico que contribuiu muito para a questão da evolução humana a partir de animais mais primitivos. Ele desenvolveu a ideia de que a mente humana e culturas foram desenvolvidas por meio de seleção natural e sexual decorrente da sobrepopulação num mundo de recursos limitados
Darwin descobriu que o princípio geral da origem das espécies, se da no processo de transformação orgânica, Assim esclarece o domínio da domesticação dos animais e do cultivo de plantas. As inúmeras raças e espécies de animais e vegetais criadas artificialmente mostra segundo ele a maleabilidade e a capacidade de transformação dos organismos vivos.
A ideia de que não havia mais uma clara separação entre homens e animais fez com que Darwin fosse lembrado como aquele que removeu o homem da posição privilegiada que ocupava no universo, ou seja, é possível falar do homem antes de Darwin que ocupava a posição do centro do universo e após Darwin numa categoria igual aos dos outros animais, tendo a mesma capacidade de mutabilidade que eles têm.
Para Darwin, a luta humana pela sobrevivência constitui o modelo para todas as espécies, ou seja, todos os organismos estão envolvidos numa feroz luta pela existência.
É importante ressaltar que o mecanismo proposto por Darwin vale tanto para a mudança como para a adaptação, porém, isso não significa evolução.
Antropologia chardiniana

Na visão chardiniana o homem é o espirito encarnado, que busca pela sua auto-compreensão.
Na sua visão, Chardin diz que o homem não nasceu por acaso, mas de um longo processo de evolução, que tem suas raízes no Universo, e toda evolução é orientada e finalizada para o homem, assim ele torna a flecha mesma da evolução. Segundo Chardin o homem é uma realidade que tende para a evolução e ápice do universo, ou seja, para um ponto final.
O homem é um ser pessoal, criado livre e tende para o ultra-centro, que seria o ponto final para qual tente toda evolução, porém o homem só pode chegar a ele, num processo de união na liberdade por meio do amor, pois somente este, unifica e sublima as consciências rumo a um ultra-centro.
O ultra-centro para Teilhard um Ser pessoal, sumamente amável capaz de atrair a Si todos os homens e amá-los eternamente.
Para ele o homem se distingue dos animais principalmente pela capacidade de reflexão, como fenômeno tipicamente humano.
Ao mesmo tem que sua visão se baseia na ciência também tem por base uma visão cristã do homem. Para ele só pode ser suscitado no homem a genial intuição de que a evolução não parou, com o aparecimento do homem, mas continua a nível da noosfera, dirigindo-se para uma evolução incessante cada vez mais acentuada de socialização se de fato ele tiver uma autêntica fé em Cristo Ressuscitado.
Na obra prima “O Fenômeno Humano” Chardin  tem objetivo colocar o homem acima de todos os outros seres e  de afirmar que ele se dá dentro da história do cosmo, sendo Jesus o centro dos dois.
A humanidade para Chadin, apesar de suas deficiências e limitações sente cada vez mais a necessidade de unir-se uns ao outros para caminhar rumo a Deus que pode saciar sua sede de felicidade e de realização pessoal.
Antropologia existencialista

Na antropologia existencialista vimos que o homem é a presença neste mundo, ou seja, o homem é no mundo, sendo que o mundo e o ser humano existente e vivem numa certa tensão, não se juntam e não se separam, porém vivem mutuamente.
Segundo esta visão o homem é o único capaz de questionar sobre sua própria origem, ele como ser participa de uma vida política, científica e econômica, ou seja, está em luta constante contra o mundo, por isso podemos dizer que ele é mais que uma individualidade empírica.
Na visão do existencialista Sartre o homem é privilegiado por ter a capacidade de sentir sua interioridade, o que já as outras coisas não podem. Diz ele que o homem é um ser livre para criar a si próprio, assim como também os objetos exteriores a ele, por isso enquanto o homem existir ele estará escolhendo, pois está destinado a isso. Ao afirmar que o homem é responsável  pelo seu próprio destino Sartre diz que é o que podemos considerar como responsabilidade social do homem, o que causa angustia, pois ele sabe que não basta escolher a si próprio, terá de se responsabilizar pela humanidade inteira, que é onde se encontra o valor do ato de escolher uma ação.
Outro existencialista é Kierkegaard, e segundo ele a característica própria do homem está em sentir-se obrigado a formular uma opção livre, pois é através da reflexão que o “eu” se torna sujeito, afirmando e conquistando sua liberdade. Liberdade que pode ser aventura ou risco, dependendo de como ele vai enfrentar os sentimentos que cairão sobre ele ao tomar consciência do seu “eu” no mundo. Segundo Kierkegaard, os sentimentos de ansiedade angústia e náusea são os principais que atinge o homem fazendo com que ele experimente um sentimento de total abandono, assim, apreenderá e saboreará suas infinitas responsabilidades, pois após conhecer suas limitações o homem compreende a si mesmo e aos outros.
            Mais uma questão que foi discorrida em sala aponta-se para os existencialistas católicos que acreditam que o desespero da condição humana é passageiro, pois a esperança sempre será a condição essencial de uma existência, como para Jaspers como para os outros a existencialistas católicos, a existência não se resume em apenas uma nova realidade, mas sim a sede de um mundo ordenado e espetacular.

Antropologia Personalista

Na visão personalista o ser humano é composto pela matéria e espírito, ou seja, cindia num dualismo. Estes são para o personalismo tanto quanto interessantes para a formação do homem, sendo que este é um ser natural, pois por ter um corpo faz parte da natureza e também transcende, pois é o único capaz de fazer reflexão, de amar e de cooperar com Deus, sendo livre e não pré-determinado como os outros seres, assim a personalização é a individualidade que rompe com o determinismo da matéria.
Nesta concepção considera-se o ser humano como um todo indissociável de matéria e espírito. Assim ao contrário do idealismo o personalismo acredita que a materialidade existe, porém não se pode prender-se nela, mas ultrapassa-la num processo de personalização. Assim toda realidade segundo o personalista Mounier, tem como fim último um processo de personalização, a afirmação como pessoa por meio das relações.
Para o personalista Mounier, o ser isolado, individual, egoísta, deve passar pelo processo de personalização, pois somente assim poderá ser chamado de pessoa, ser pessoa, logo, é sair de si e ir em direção ao outro num gesto de doação, para compreendê-lo na gratuidade.
O que funda a pessoa é o processo de comunicação, ou seja, não se pode pensar a pessoa fora da proposta de união, pois só se pode constituir pessoa na relação com o outro.
Segundo Mounier, a pessoa possui uma exterioridade e uma interioridade, porém ela não pode viver somente na exterioridade numa atitude de fuga ou fazer da sua interioridade uma evasão da sociedade. Assim podemos afirmar que a pessoa é uma interioridade que tem necessidade duma exterioridade.
A liberdade segundo o pai do personalismo deve ser aceita como um dom. Construída e conquistada incessantemente pela pessoa, a partir do momento em que ela escolhe ser livre, porém se recusada é mesmo que impedir chances maiores de realização da vida pessoal. A liberdade só tem sentido se for para uma libertação e uma personalização do mundo e dela mesma, pois há condições para a ação de ser livre.
Antropologia arendtiniana

       A antropologia arendtiniana busca esclarecer o que torna o homem, homem? O que torna o ser Humano? Segundo ela, seria o pensamento, este não de forma contemplativa, mas num processo, longo e rigoroso de maneira mais humana. Assim se faz a pergunta: E o totalitarismo tinha retirado a capacidade dos homens e mulheres de pensar, eles deixaram de ser humanos? Segundo ela, eles transformavam-se em seres sem vida, que repetiam ordens sem refletirem, ou lutavam única e exclusivamente por sua sobrevivência. Afirmaram assim que o homem na visão de Hannah Arendt não sobrevive, o homem vive.
Segundo os expositores de suas ideias para Hannah o fim da vida é a morte, mas o homem não vive por causa da morte, mas porque é uma essência que tem vida, da mesma forma pensa porque é uma essência pensante.
A pergunta que se faz é: O homem pode agir sem pensar? Segundo seus leitores, é possível por instinto, e continuaria sendo homem, porém vulnerável ao mal, ou seja, o não pensar torna-nos vulneráveis ao mal.
A consequência para quem agir dessa forma, por instinto, e praticando uma ação má, deve ser a mesma punição de quem agiu desta forma usando de uma intenção pensada.
O mundo para Arendt é o que os homens têm em comum, é o que faz com eles vençam o nível natural saindo da mersão biológica no reino da natureza.
 Acadêmico: André Luiz Lázaro de Souza
Curso de Filosofia.

           


Ciência e Senso comum segundo Rubens Alves. Acadêmicos: André Luiz e Adriana Benites


O Senso Comum e a Ciência

O cientista virou um “mito”, ou seja, é uma pessoa que pensa melhor do que qualquer outro indivíduo, prova disso é que se fecharmos os olhos para pensar em um cientista, teremos diversas imagens de autoridades do saber (Rubens Alves, 1981. p.07). Isso tudo, são imagens mostradas pela televisão e outros tipos de meios de informações midiáticas, que de certo modo nos coloca como inferiores aos cientistas. Em outras palavras, os cientistas fazem parte de uma classe, “que supostamente existe”, especializada em pensar de maneira correta, sendo que todos os outros indivíduos são liberados da obrigação de fazê-lo. Sendo assim, o que nos resta é simplesmente fazer o que os pais dos saberes, os cientistas, nos mandam.
Na sua tese de 1981, Rubens Alves, nos convida a acabar com o mito de que os cientistas são pessoas que pensam melhor do que as outras, pois todo mito é perigoso, já que ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Segundo Alves, deve-se atentar para o que a ciência mostra, pois o que ela revela como certezas são apenas pequenos fragmentos do real que são estudados, tão somente isso.  Seria como se todos tivessem uma janela pela qual pudessem ver o mundo, e tivesse algumas pessoas que de sua janela vesse melhor a árvore que está longe da outra janela. Resumindo, os cientistas são especialistas de uma única técnica, reduzem o mundo, o real, em apenas um pequeno fragmento da área que ele se especializou, assim como o pianista, que se especializa em uma única técnica.
A ciência não é uma novidade do ser humano, um órgão novo de conhecimento, mas sim uma potencializadora das extensões do real fragmentado, uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos, ou seja, uma hipertrofia de capacidades que todos possuem (Rubens Alves, 1981. p.09). Ela não consegue ter uma visão ampla das outras áreas em sua volta, foca tão somente no seu pequeno fragmento retirado do senso comum.
A ciência é um processo de desenvolvimento constante e progressivo do senso comum, ou seja, depende totalmente deste. Assim, através de técnicas mais rigorosas que o senso comum não possui, ela consegue ir mais fundo em seus estudos. Sem o senso comum a ciência não poderia existir, apesar dela menosprezá-lo, dando este nome com o significado de que ele está abaixo de seu nível, pode-se afirmar que só se pode ensinar e aprender partindo do senso comum que possuímos, nos afirma Rubens Alves.
A aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. Só podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe. A aprendizagem consiste na manutenção e modificação de capacidades ou habilidades já possuídas pelo aprendiz. (Rubens Alves, 1981. p. 09)
O que a ciência faz é explicar o real de maneira precisa, formal. Ela observa, aperfeiçoa e sofistica o senso comum, mediante suas tecnologias avançadas.
Tanto para a ciência como para o senso comum, ser bom é ser capaz de inventar novas soluções para novos problemas, criar coisas novas a partir das coisas velhas. A base tanto da ciência como do senso comum, consiste em compreender o mundo a fim de viver e sobreviver melhor, ou seja, são as mesmas. Porém, o mundo sobreviveu cerca de quatro séculos sem algo que se assemelha a ciência de hoje, e com esta, que se diz superior ao senso comum, com seus avanços, estamos correndo sérios riscos de sobrevivência (Rubens Alves, 1981. p.16).
            No senso comum vemos sobre, o que não é problemático não é pensado, ou seja, é a partir de um problema que o pensamento é forçado a trabalhar. Quando as coisas não vão bem, ou quando alguma coisa incomoda é que o pensamento entra em ação, assim, todo pensamento começa com um problema e quem não é capaz de perceber e formular problemas com clareza não pode fazer ciência, (Rubens Alves, 1981. p.18).
Para Alves (1981), as pessoas tem o poder de imaginar o real em suas mentes. Este poder mágico do pensamento de simular o real, antes das coisas acontecerem, por causa da existência de uma ordem na natureza, permite o levantamento de previsões, hipóteses. O espanto perante a ordem é a primeira inspiração da ciência. Quando um cientista enuncia uma lei ou teoria, ele está apenas contando como funciona a ordem. Sempre procede-se de maneira ordenada, pois se pressupõe que haja ordem. Se não houver ordem não há problemas a serem resolvidos, já que o problema é construir uma ordem ainda invisível de uma desordem visível e imediata.
O problema é descobrir uma ordem, que se pressupõe que exista. Dessa forma é que se começa a entregar a um problema que julgamos poder resolver com os recursos dos quais dispomos. Um problema só pode ser considerado problema, se produzir perplexidade e incômodo a alguém. A primeira tarefa que se tem diante de um problema é ver o problema com clareza, que não é a mesma coisa que dizer com clareza, mas, possuem uma intima relação, pois só diz com clareza quem vê com clareza. Dizer com clareza é a marca do entendimento, da compreensão, é indicar as partes que o problema se compõe. É esse procedimento que se dá o nome de análise, sem essa não pode resolver nenhum problema, pois é inútil, tolo tentar responder uma questão que você não entende (Rubens Alves, 1981. p.26).
Diante de um problema deve-se tomar decisões inteligentes, que segue o caminho inverso da ação. Começando de onde se deseja chegar, evita-se o comportamento errático e desordenado a que se dá o nome de “tentativa e erro” (Rubens Alves, 1981. p.27).
“O sábio começa no fim; o tolo termina no começo” por mais que pareça estranho, pode-se raciocinar como se o fim fosse o ponto aonde se deseja chegar, se ainda não se chegou lá, não posso saber como será, mas o fato é tão somente por ter pensado o fim que posso procurar o que falta para completa-lo (Rubens Alves, 1981. p.27).





REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

ALVES, Rubens. FILOSOFIA DA CIÊNCIA. Introdução ao jogo e suas regras. Ed. Loyola. p. 07-27, 1977.





Ciência e Senso Comum na visão de Rubens Alves Academicos: André Luiz e Adriana Benites

http://www.4shared.com/file/WkuopfWnba/resenha_rubens_alves_cap1.html?

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Filosofia na América Latina

Filosofia na América Latina segundo Dussel

Trabalho do 4º semestre Filosofia. Ética , Economia e Sociedade.


Ética Economia e sociedade 

Algumas dicas para o estágio de 2014.

Aula de estágio 15/02

Pegar na escola: visita e apresentação da carta
·         Horário do professor e visualizar o horário que você tem disponível.
·         Calendário para verificar os dias q são letivos. (matou 10h)
Realidade da escola:
·         Mesma coisa do projeto passado verificar somente se muda o numero de salas de aulas (se aumentou ou diminuiu)
·         Tomar cuidado com a data, mudar mês e ano do projeto do ano passado.
Observação:10h
·         Escolher a sala para dar a carga horária.
Pegar no referencial o que será trabalhado no bimestre.
Regência na disciplina exclusiva de filosofa:
·         Quem fez projeto pensar pensando a vida faz somente 30h de regência.
·         Pode escolher somente uma turma, no horário q tem disponível.
·         A regência não precisa ser na mesma sala que você realizou a observação. Ex. você pode fazer a observação nos 1º anos e fazer a regência nos 2º anos.
·         Dependendo do professor e do período que você pegou para reger, pode ser que você precise dar avaliação para a turma que está regendo. (pode cair na semana de prova).
·         Se tiver um grupo na mesma escola pode entregar somente o relatório diferenciado, no mesmo bloco (chumaço) de trabalho. ( cada um faz seu relatório individual, junta todos no mesmo trabalho).
·         Se aplicar um projeto filosófico de acordo com o referencial, o professor poderá concordar que abaterá as 60hrs.
Elaboração do projeto e minicurso, plano de aula:
·         Se ficar somente na regência, é só pegar com o professor o que ele preparou e o que vai mudar é somente a pedagogia.
·         Os minicursos poderão ser no intervalo e contar como regência também.
Planejamento:
·         O professor coloca várias metodologias no planejamento de aula que não são possíveis aplica-las em 50 min.
·         O aluno pega o plano de aula do professor, mas não se ocupa da mesma metodologia, ele deve refazer algumas considerações.
Reunião:
·         Participar reunião pedagógica ( reunião com professor para preparar o plano de aula)
·         Participar da reunião de pais
Elaboração dos relatórios avaliativos dos projetos, regência:
·         Relato daquilo que você fez na instituição.
·         Fazer em casa.
·         Detalhes do que aconteceu na instituição.
·         Fazer por dia os detalhes importantes do que aconteceu.

 22-03 dúvidas em relação ao estágio.

Dia 08/03: técnicas metodológicas em sala de aula ( aula no laboratório)                      
Ficha de identificação do estágio supervisionado ( pegar esta ficha na pasta de estágio, preencher, pegar carimbo do diretor e entregar na aula do dia 08-03.